28.10.17

Decência e deceção

O sol nasce e põe-se, vêm dias claros, andam pelas ruas carrinhos de bebé, estamos a escrever em Fevereiro de 1928.
Por Fevereiro adentro Franz Biberkopf mete-se nos copos, tal é a aversão ao mundo, o tédio. Gasta tudo o que tem na bebida, é-lhe indiferente o que virá depois. Bem queria ser decente, mas há p'rái tanto patife, e vagabundo, tanto pulha, por isso Franz Biberkopf não quer ver nem ouvir mais nada deste mundo, e se se tornar um vadio há-de gastar até ao último pfennings do seu dinheiro nos copos.

Alfred Döblin, Berlin Alexanderplatz



Sem comentários:

Enviar um comentário